Leitura cultural BRASIL-EUROPA. Bispo, A.A. (Ed.).



BRASIL-EUROPA

Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (1968-)

ACADEMIA BRASIL-EUROPA (A.B.E.)
e institutos integrados de pesquisas

 

BRASIL-EUROPA
www.brasil-europa.eu

Organização de estudos teóricos de processos interculturais e estudos culturais nas relações internacionais (registrada 1968)
Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (Estudos Culturais e Sociologia da Ciência)

Direção: Prof. Dr. Antonio Alexandre Bispo


Anais BRASIL-EUROPA: Exercícios de leitura urbana e percepção de processos culturais

 



A.A.Bispo. Foto A.B.E.



A.A.Bispo. Foto A.B.E.



Foto A.B.E.



Foto A.B.E.



Foto A.B.E.



Fotos: H. Hülskath© com exceção da primeira foto da  coluna central

 
(Excertos) 

A Academia Brasil-Europa realiza, ao lado de cursos, seminários, colóquios e simpósios, exercícios de leitura urbana e percepção cultural. Essa prática, a que se empresta particular significado, remonta aos primórdios da entidade que hoje constitui a Organização Brasil-Europa. 

Em fins da década de sessenta, a partir de impulsos recebidos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo referentes à leitura urbana e do Museu de Artes e Técnicas Populares da Associação Brasileira de Folclore relativos à percepção de expressões culturais espontâneas e do quotidiano em situações urbanas, procurou-se desenvolver um prática de aguçamento da sensibilidade e da capacidade de percepção que coadunasse ambos os enfoques. 

Os exercícios de leitura urbana e percepção cutural baseiam-se assim numa concepção de urbanologia de condução teórico-cultural e numa concepção de estudos empíricos da cultura que focalizam processos de ocupação e configuração espacial. Relacionando procedimentos históricos e empíricos, possuem natureza interdisciplinar e incluem estudos preparatórios ou paralelos de fontes e documentos, assim como de depoimentos da memória transmitidos oralmente.

Procurou-se, já no início da década de 70, desenvolver-se métodos de leitura e análise, com particular consideração de categorias musicais. Possíveis aplicações de conceitos e concepções da leitura de partituras e da análise musical na leitura da cidade foram tratadas e discutidas em diferentes ocasiões, no Brasil e em universidades européias. Foram acompanhadas, em geral, por tentativas de leitura e análise musicais a partir de critérios espaciais. 

Os primeiros exercícios sistemáticos de leitura urbana e percepção cultural foram realizados em São Paulo, em Festival realizado em praças e parques pela Sociedade Nova Difusão e Departamento de Cultura do Município, no âmbito do "Laboratório de Percepção e Sinestesia" do Centro de Estudos da Sociedade Nova Difusão Musical/Conservatório do Jardim América, em 1971, e na unidade "Música e Evolução Urbana", realizado no âmbito do curso de Licenciatura em Educação Artística da Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo, em 1973. 

Esses eventos prepararam o desenvolvimento da disciplina Prática de Execução Musical com orientação segundo contextos - não apenas segundo critérios históricos - e a realização de eventos musicais adequados culturalmente em edifícios históricos e igrejas até então não consideradas na vida artística da cidade. As bases teóricas dos exercícios de leitura e percepção urbanas foram tratadas em conferências e aula, sendo algumas delas publicadas. 

"A metrópole: Múltiplas percepções e o estudo da cultura popular". Conferência proferida sob o título "Folkurbanismo"" no Museu de Folclore de São PauloBrasil-Europa & Musicologia: Aulas, Conferências e Discursos. Colonia: I.S.M.P.S., 1999, 75-88 
"Leitura e análise ambiental da urbe. Ensaio de método interdisciplinar". Música e Evolução Urbana de São Paulo. São Paulo: Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo 1973 (Fotoc.). Brasil-Europa & Musicologia: Aulas, Conferências e Discursos. Colonia: I.S.M.P.S., 1999, 57-74.  
"Edifícios e espaços de significado sócio-cultural profano da antiga urbe" (1970). Música e Evolução Urbana de São Paulo. São Paulo: Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo 1973 (Fotoc.). Brasil-Europa & Musicologia: Aulas, Conferências e Discursos. Colonia: I.S.M.P.S., 1999, 57-74. 
"Edifícios e espaços de significado sócio-cultural religioso da antiga urbe" (1970). Música e Evolução Urbana de São Paulo. São Paulo: Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo 1973 (Fotoc.). Brasil-Europa & Musicologia: Aulas, Conferências e Discursos. Colonia: I.S.M.P.S., 1999, 57-74. 
"Hermenêutica da urbe". Música e Evolução Urbana de São Paulo. São Paulo: Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo 1973 (Fotoc.). Brasil-Europa & Musicologia: Aulas, Conferências e Discursos. Colonia: I.S.M.P.S., 1999, 57-74. 
"Questões da revalorização qualitativa do centro de São Paulo" (1970). Música e Evolução Urbana de São Paulo. São Paulo: Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo 1973 (Fotoc.). 


Entre os exercícios de leitura urbana e percepção cultural realizados pela A.B.E. mencionam-se aqui apenas alguns.

A concepção desenvolvida no início da década de 70 no âmbito da Nova Difusão levou à programação dos eventos do Simpósio Internacional "Música Sacra e Cultura Brasileira" em diferentes locais de relevância cultural de São Paulo. O evento - e o Pré-Congresso que incluiria a fundação da Sociedade Brasileira de Musicologia - foi precedido por uma visita dos participantes do centro e de alguns bairros de São Paulo. 

Desenvolvida à luz do tema geral "Unidade na Diversidade e Diversidade na Unidade", não foi concebida como excursão turística, mas sim como exercício de leitura e percepção a serviço de discussões posteriores no âmbito dos trabalhos. Foi encerrada com concertos na igreja e ao ar livre no Embu.


Essa prática manteve-se nos congressos e simpósios que se seguiram. Assim, no Congresso Internacional do Rio de Janeiro, em 1992, dedicado à questão de "fundamentos" nas suas diversas acepções, procurou-se refletir sobre os fundamentos da implantação e consolidação da presença colonial européia no mundo extra-europeu com uma visita à Fortaleza Santa Cruz.

Em 1998, por ocasião do Colóquio Internacional de Antropologia Simbólica, com a participação de considerável número de pesquisadores portugueses, alemães e brasileiros de várias regiões do Brasil, os exercícios de leitura desenvolvidos na cidade de São Paulo, conduzidos a partir da torre do edifício do Banco do Estado de São Paulo, foram conduzidos à luz da linguagem imagológica, examinando-se possibilidades de aplicação de princípios hermenêuticos de interpretação na leitura urbana. 

Em 2002, o Congresso Internacional "Música, Projetos e Perspectivas" incluiu exercícios de leitura e percepção de urbes em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os exercícios foram conduzidos à luz dos principais temas tratados, relativos a recentes interesses dos estudos culturais: colonialismo/pós-colonialismo; relações entre culturas indígenas e complexos culturais identificados com situações interioranas, memória e futuro. Em São Paulo, consideraram-se, sob esse aspectos, o desenvolvimento do centro, a partir do Pateo do Colégio.




Em 2004, o Colóquio Internacional de Estudos Interculturais, tendo sido realizado especificamente para a comemoração dos 450 anos da cidade, incluiu exercícios de leitura urbana mais desenvolvidos. Foram consideradas diferentes complexos configurativos do centro da cidade, de sua expansão e de suas transformações no decorrer dos séculos sob a perspectiva de encontros culturais e de processos desencadeados de transformação de identidades dos grupos populacionais envolvidos. Os exercícios foram conduzidos sob o pano de fundo dos trabalhos precedentes realizados em vários países sob o título de "Poética da Urbanidade".



No Rio de Janeiro, realizou-se um exercício de leitura ubana e percepção cultural no bairro de Santa Teresa. Em viagem de bonde, procurou-se trazer à consciência o significado de rêdes constituídas por esse tipo de transporte na percepção, na apropriação do espaço das cidades no passado e na definição de identidades bairrais e, consequentemente, a relevância patrimonial do serviço de bondes daquele bairro.


http://www.akademie-brasil-europa.org/Materiais-abe-45.htmhttp://www.akademie-brasil-europa.org/Materiais-abe-19.htmhttp://www.akademie-brasil-europa.org/Materiais-abe-25.htmhttp://www.akademie-brasil-europa.org/Materiais-abe-22.htmhttp://www.akademie-brasil-europa.org/Materiais-abe-20.htmhttp://www.akademie-brasil-europa.org/Materiais-abe-24.htmshapeimage_1_link_0shapeimage_1_link_1shapeimage_1_link_2shapeimage_1_link_3shapeimage_1_link_4shapeimage_1_link_5

Portal (português)     Portal (deutsch)       Revista     Contato     Convite     Impressum     Estatística     Atualidades