BRASIL-EUROPA
PROCESSOS CULTURAIS EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

 
 
A.A.Bispo e D. Kaemper. Univ.Koeln 1999. Arq. A.B.E.
Entre as universidades européias, a Universidade de Colonia é aquela que mais estreitas relações possuiu com os estudos culturais relacionados com o Brasil, em particular daqueles desenvolvidos após o início do programa de interações iniciado em 1974.


Colonia possui uma longa história institucional de estudos brasileiros e portugueses, remontante a décadas pioneiras na instalação dessa área, contando com grandes nomes na pesquisa e nas relações internacionais com o mundo lusófono.


Sendo esse passado no período anterior ao término da Segunda Guerra marcado pelo problemático contexto político alemão dos anos trinta, a revitalização dos estudos romanísticos voltados ao Brasil e a Portugal foi, nas décadas de pós-guerra, imbuída de espírito renovador.


O início do programa de interações para a renovação teórica da pesquisa e da prática cultural em 1974, preparado no Brasil e apoiado pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), significou a abertura de novas perspectivas, uma vez que se passava da literatura e da filologia aos estudos culturais e musicológicos como disciplinas condutoras na cooperação interdisciplinar. Centro desse desenvolvimento foi o Instituto de Musicologia da Universidade, acompanhado por outros institutos, entre êles o de Etnologia e o de História da Arte.


A escolha do Instituto de Musicologia de Colonia como centro do programa foi motivada pelo fato de ali atuar Marius Schneider, um dos poucos etnomusicólogos alemães com grande conhecimento do patrimônio cultural ibérico, e por isso de central significado quando da instituição da Etnomusicologia nos estudos superiores em São Paulo, em 1972.


O seu sucessor, Robert Günther, passou a desempenhar papel relevante no desenvolvimento das reflexões, uma vez que era responsável pelo projeto editorial voltado às culturas musicais no século XIX na América Latina.


O Instituto de Colonia tornou-se um centro de significado para estudos e iniciativas relativas a Portugal e ao Brasil também pelo fato de ali atuar como pesquisadora residente a professora portuguesa Dra. Maria Augusta Alves Barbosa. Foi no instituto que foram lançadas as bases para a criação do primeiro Departamento de Ciências Musicais em universidade portuguesa e para eventos internacionais que se realizaram no Brasil.


Entre os representantes da Musicologia Histórica que muito cooperaram com iniciativas relacionadas com o Brasil destacaram-se os professores Heinrich Hüschen e Karl Gustav Fellerer. Este último, que desempenhara papel de central significado na história institucional da musicologia como disciplina universitária na Alemanha, colaborou intensamente nos encontros preparatórios para a discussão da introdução adequada da musicologia nos estudos universitários no Brasil e na fundação da Sociedade Brasileira de Musicologia, em 1981.


K.G. Fellerer foi durante anos o principal mediador entre o programa de estudos e iniciativas voltado ao mundo de língua portuguesa e o meio musicológico alemão, em particular a Gesellschaft für Musikforschung.


O significado de K. G. Fellerer para o desenvolvimento e a organização da musicologia alemã, assim como nos elos entre os estudos musicológicos referentes ao Brasil e a Alemanha foi lembrado pelo Prof. Dr. Hans Schmidt em conferências proferidas no Rio de Janeiro no âmbito do II Congresso Brasileiro de Musicologia pelos 500 anos do Descobrimento da América e pela Conferência do Meio Ambiente, em 1992.


Essa tradição teve continuidade sob a direção do Prof. Dr. Klaus-Wolfgang Niemöller, que acompanhou de perto o desenvolvimento das relações nos anos 90 e no início do século XXI, Sob a sua direção foi possível realizar pela primeira vez na Alemanha seminários superiores dedicados especificamente à música e à pesquisa musical referentes a Portugal e ao Brasil.


Acompanhando intensamente os trabalhos do Centro de Estudos da A.B.E. em Colonia, o Prof. K-W. Niemöller tomou parte como conferencista no simpósio dedicado a J.S.Bach e o movimento Bach no Brasil à luz dos estudos culturais, com especial consideração de H. Villa-Lobos.


Recep. da ABE na Reitoria Univ. Koeln, 1999. Arq. A.B.E.
O Congresso Internacional „Música e Visões“ de abertura do triênio de eventos pelos 500 anos do Brasil, teve a Universidade de Colonia como uma de suas entidades patrocinadoras. Nele tomaram parte vários professores como conferencistas, sendo que algumas das sessões tiveram lugar na Sala de Música e no Grande Auditório da Universidade. Entre os professores que mais cooperaram nesse evento destaca-se o Prof. Dr. Dietrich Kämper.


Na Aula, realizou-se pela primeira vez um concerto dedicado especialmente a compositores de ascendência alemã e austríaca do século XX no Brasil. A Universidade ofereceu uma recepção à A.B.E. e aos participantes convidados na Sala da Reitoria.

Estudantes da Univ. Koeln na A.B.E. 2004. Arq. A.B.E.

Uma particular menção deve ser feita ao Grupo de Trabalho Espanha, Portugal, América Latina e ao Centro América Latina da área de História Ibero-Americana da Universidade de Colonia. Esse centro organizou, na Biblioteca da Cidade e da Universidade, uma conferência dedicada às interrelações entre os Estudos Culturais e a Pesquisa Musical de orientação cultural onde expôs-se o desenvolvimento teórico e as iniciativas de décadas do programa de interações preparado no Brasil e iniciado na Europa, em 1974.



 
Prof.Dr.H.Schmidt e Prof. Dr. A.Bispo, A.B.E. 1997. Arq. A.B.E.


Profs. Overath, Niemoeller, Schmidt na A.B.E. 1997. Arq. A.B.E.

Prof. H. Schmidt e Schumacher na A.B.E. 1997. Arq. A.B.E.

Prof. Bispo, Schumacher e Schmidt na A.B.E. 1997. Arq. A.B.E.

Estudantes da Univ. Koeln na A.B.E. 2004. Arq. A.B.E.

Prof. Dr. R. Guenther em simposio da A.B.E. 1999. Arq. A.B.E.

Estudantes da Univ. Koeln na A.B.E. 2004. Arq. A.B.E.

Estudantes da Univ. Koeln na A.B.E. 2004. Arq. A.B.E.

Estudantes da Univ. Koeln na A.B.E. 2004. Arq. A.B.E.

Estudantes da Univ. Koeln na A.B.E. 2004. Arq. A.B.E.

Estudantes da Univ. Koeln na A.B.E. 2004. Arq. A.B.E.

Prof. H. Schmidt e brasileiros 1989. Arq. A.B.E.