Russia. Foto A.A.Bispo. Copyright. Arquivo A.B.E.
Os estudos culturais no âmbito das relações Rússia-Brasil fundamentam-se na própria tradição história em que a Academia Brasil-Europa se insere. As suas origens mais remotas levam a um grupo de intelectuais e artistas teuto-russos que, em fins do século XIX, consistuiram um círculo voltado à renovação da cultura a partir de seus fundamentos filosóficos e espirituais em aproximação do Leste e da Europa ocidental, do Oriente e do Ocidente.


As preocupações e os impulsos nascidos no contexto do império czarista nas suas relações com esferas culturais mais a leste (Georgia) e regiões limítrofes da Ásia (Pérsia, Armênia, Turquia e outras) fundamentaram convicções relativas a uma necessidade de reconsideração do edifício de concepções da cultura ocidental a partir de estudos das suas bases segundo documentos e tradições do antigo Oriente.


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Essa preocupação renovadora de concepções através de exames de fundamentos culturais e de princípios e categorias do pensamento dizia respeito à cultura ocidental no seu todo, também àquelas do Novo Mundo. Dessa forma, o interesse pela Rússia, por questões relacionadas com a cultura russa e seus elos com o Brasil permaneceram vivas quando da transferência desse círculo para o Brasil. Os elos com a colonia russa de São Paulo permaneceram estreitos.


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Quando da fundação, em 1968, após vários anos de preparativos, da entidade dedicada à atualização teóricas dos estudos culturais e que hoje constitui a Organização Brasil-Europa, a atenção passou a ser dirigida explicitamente a processos culturais, em particular aos de difusão, também de correntes de pensamento e de idéias. O histórico dos elos com a Rússia foram reestudados sob essa perspectiva.


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Devido às dificuldades existentes à época soviética, a primeira viagem de estudos e contatos a Moscou e S. Petersburgo, então Leningrado, realizou-se apenas em 1983. Nessa ocasião, foram visitadas diversas instituições. A partir das impressões recebidas, deu-se particular consideração à Rússia no Forum Brasil-Europa de 1983/4 e na semana de música dedicada a elos entre a Áustria, a Alemanha, a Rússia e o Brasil. O centro de atenções foi aqui dirigido à personalidade de Sigismund von Neukomm (1778-1858), que atuou tanto na Rússia como no Brasil e cujo nome designa a fundação de apoio à Academia Brasil-Europa.


No Colóquio de abertura dos trabalhos do terceiro milênio da Academia Brasil-Europa, realizados em cooperação com a Universidade de Colonia, uma das sessões foi dedicada às relações entre a Rússia e o Brasil. Pesquisadores russos trataram em especial do relevante papel desempenhado por coreógrafos e bailarinos russos no desenvolvimento da dança no século XX, também no Brasil. Os elos entre o nacionalismo russo e a história do movimento nacional na música brasileira voltaram a ser considerados. Obras de H. Villa-Lobos foram apresentadas por latino-americanos que realizaram os seus estudos no Conservatório de S. Petersburgo.


Dando continuidade aos trabalhos dessa sessão, realizou-se uma viagem de atualização de conhecimentos a S. Petersburgo, em 2004. Uma novo ciclo de estudos efetivou-se em 2013, quando tratou-se em particular da presença alemã na história russa e suas implicações para os estudos das relações Brasil-Alemanha.

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Materiais
Apenas os disponíveis nos sites da A.B.E.

(em elaboração)

  1. Qual é a concepção correta da natureza viva? Evolução no pensamento científico teuto-báltico em relações Leste/Oeste: Alexander Friedrich Keyserling (1815-1891) e Alexander von Humboldt (1769-1859), Karl Ernst von Baer (1792-1876) e Karl Friedrich Burdach (1776-1847). Ciclo de estudos em Tallin

  2. Darmstadt, Brasil e a „Escola da Sabedoria“ de Hermann Keyserling (1880-1946) - a problemática da mulher na América e na americanização do mundo - e o Novo Humanismo após a Segunda Guerra

  3. Alasca & Brasil. O homem intrépido em situações de rush e a problemática do primado da ação em processos sócio-culturais nas Américas

  4. Bandas no Brasil e no Alasca. Música da alvorada do progresso sob o signo e pluribus unum em Ketchikan e a marcha „Aláska“ do ítalo-brasileiro João Berti

  5. Europa, Brasil e o Pacífico do Norte na literatura de viagens. G. H. von Langsdorff (1774-1852) em Santa Catarina e no Alasca - University of Alaska

  6. Projeto Âmbar. O Báltico e as relações Alemanha/Brasil. Alemães nos processos histórico-político-culturais do Norte e do Leste europeu no seu significado para os estudos regionais e locais no Brasil. Ano Brasil/Alemanha 2013 da A.B.E. (II)

  7. O Brasil nos diários de viagens pelo mundo de Emanuel Karl Heinrich Schmysingk von Korff (1826-1903), natural da Prússia do Leste, genro do compositor Giacomo Meyerbeer (Jakob Liebmann Meyer Beer,1791-1864)

  8. 1."Como o homem é pequeno perante a grandiosidade dessa natureza!". Reflexões prussianas sobre as relações Natureza/Homem na América do Sul sob o impacto do tratamento concedido a Pedro II°

  9. 2."Sim, sou Príncipe de Saxe-Coburg, mas em primeiro lugar brasileiro..." Crítica de oficial prussiano à família imperial brasileira pela sua distância ao Deutschtum

  10. Cidades portuárias do Báltico como "portões ao mundo" e expansão colonizadora no Brasil. A inspeção de terras de São Paulo e Sul do Mato Grosso à luz da tradição de estudos de solos e agroeconômicos da Prússia

  11. Dimitrie Cantemir (1673-1723): geógrafo e musicólogo entre a Europa, Turquia e Rússia: sua atualidade nos estudos interdisciplinares de processos culturais. Pelos 110 anos de nascimento e 20 de morte de Martin Braunwieser (1901-1991)

  12. Emblemas e monumentos memoriais em situações de mudança. Problemas da Mãe-Terra e do Realismo socialista.

  13. Deconstruções e reconstruções de edifícios e sistemas de concepções. Reorientação simbólica de estados.

  14. Esplendor da forma: a experiência estética na história performativa do Leste e no Ocidente. Reflexões na Catedral de Santa Sofia

  15. Diferenças na formação cultural nos países do Leste e no Brasil. Anacoretas no universo da Ortodoxia.

  16. Barroco Cossaco e Barroco Mineiro. Exercícios interculturais e interreligiosos de leitura e interpretação

  17. Alemanha-Áustria-Hungria-Itália e Rússia

  18. Georg Heinrich Graf von Langsdorf (1774-1852): História das relações científico-culturais teuto-russo-brasileiras

  19. Sigismund von Neukomm

  20. Histórico da Academia Brasil-Europa

  21. Sergei Dorenski




 


St.Petersburg 2013. Fotos A.A.Bispo. Arquivo da A.B.E. ©
 

BRASIL-EUROPA
www.brasil-europa.eu

Organização de estudos de processos culturais em relações internacionais (registrada 1968)
Academia Brasil-Europa

Direção: Prof. Dr. Antonio Alexandre Bispo

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