Bratislava. Foto A.A.Bispo. Copyright. Arquivo A.B.E.


Os trabalhos da Academia Brasil-Europa relacionados com a Eslováquia foram desenvolvidos até há poucos anos em conjunto com aquelas da República Tcheca. Entretanto, o tratamento de questões mais especificamente relacionadas com a Eslováquia inserem-se numa tradição que remonta às origens da instituição.


Bratislava. Foto A.A.Bispo. Copyright. Arquivo A.B.E.
Quando, em 1919, estruturou-se, em Salzburg, Áustria, uma academia constituída por estudantes e professores do Mozarteum preocupados com a renovação cultural européia após a Primeira Guerra Mundial, cujos membros emigrariam em parte para o Brasil, a problemática relacionada com a emancipação de configurações nacionais que haviam constituído a monarquia Áustro-Húngara era de premente atualidade.


A situação da antiga Pressburg (Bratislava), centro importante cultural do antigo império, era marcada por transformações étnicas e culturais. Em 1918, eslovacos e tchecos fundaram a Tschecoslováquia, e em 1919, soldados tchecoeslovacos ocuparam Pressburg, então habitada sobretudo por alemães e húngaros.


Sendo um dos principais membros do grupo o compositor tcheco Felix Petyrek (1892-1951), nascido em Bnr, e que influenciou, com as suas tendências espirituais, técnicas avançadas e estética marcada pela percepção e expressão do grotesco da realidade, as concepções de membros do grupo, entre êles as de M. Braunwieser (1901-1991), mentor da A.B.E., as questões relacionadas com a formação do novo país eram constantemente discutidas.


Uma de suas principais discípulas e colegas de Petyrek foi T. Kipmann, que aperfeiçoou-se em Praga. O interesse pelas tradições eslovacas de M. Braunwieser baseava-se sobretudo pelo fato de Bernhard von Paumgarten, seu mentor e amigo, ter trabalhado juntamente com Béla Bartók (1881-1945) no serviço de levantamento de cantos populares do império austro-húngaro durante a Guerra. Béla Bartók utilizara dos resultados de suas pesquisas para a coleção de peças infantís sobre motivos húngaros e eslovacos, publicada em 1908/9 com o título "Para crianças" (Für Kinder), obra que se difundiria no Brasil e influenciaria a Educação e a criação musical.


Bratislava. Foto A.A.Bispo. Copyright. Arquivo A.B.E.
Um novo interesse pela cultura musical da Tchecoslováquia foi despertado em fins da década de 60 por Paulo Affonso de Moura Ferreira. Empenhado em difundir um repertório não conhecido na vida musical do Brasil, realizou um programa dedicado exclusivamente à música da Tchecoslováquia.


Esse programa inseriu-se no movimento então criado de reorientação dos estudos culturais, e que dedicava particular atenção a questões de difusão: a entidade que hoje constitui a organização Brasil-Europa.


Em consequência dessa iniciativa, passou-se a dar atenção a questões das relações tchecoeslovaco-brasileiras. Constatou-se que artistas e estudiosos do país viviam em cidades brasileiras e cujas experiências de vida e de adaptação cultural poderiam contribuir para o aumento dos conhecimentos de um contexto cultural então pouco conhecido e para o exame de processos difusivos.


A partir de 1977, questões culturais relacionadas com a Eslováquia foram consideradas sob o ponto de vista da cooperação internacional nas áreas da pesquisa da música sacra e da Etnomusicologia.


No âmbito dos estudos da Educação Musical em contextos globais, orientação que marcou as semanas de música realizadas em conjunto com o Forum Brasil-Europa, a partir de 1981, voltou-se a considerar a obra de B. Bártok e o seu emprêgo de melodias eslovacas.

Em 2003, realizou-se uma viagem de estudos e contatos à Eslováquia, agora sob a perspectiva das novas condições criadas pela transformação política dos países de passado socialista, pela emancipação nacional e pela União Européia.

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Bratislava 2003. Fotos A.A.Bispo. Arquivo A.B.E. ©

 

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Organização de estudos de processos culturais em relações internacionais (registrada 1968)
Academia Brasil-Europa

Direção: Prof. Dr. Antonio Alexandre Bispo

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