Orientação: análise de processos e procedimentos refletidos, inter- e transdisciplinares
Múltiplos eram naturalmente os elos que uniam pesquisadores de São Paulo ao Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara, e ao Estado do Rio de Janeiro, tanto no âmbito dos estudos das expressões culturais populares como nos estudos históricos.
Embora a capital já tivesse sido transferida há alguns anos, o Rio de Janeiro sediava instituições de abrangência nacional e continuava a ser, sob muitos aspectos, referencial do movimento artístico e cultural.
No âmbito dos estudos culturais, sobretudo daqueles voltados à pesquisa das expressões culturais populares, os pesquisadores de São Paulo mantinham relações pessoais e intelectuais com especialistas do Rio de Janeiro. A estrutura da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro e das comissões estaduais de Folclore possibilitavam intercâmbios e relacionamentos.
Personalidades do Rio de Janeiro nos anelos de renovação teórico-cultural
Contatos entre aqueles que se preocupavam com a renovação dos estudos culturais em São Paulo com pesquisadores do Rio de Janeiro foram fomentados também pelos Festivais e Cursos Internacionais de Curitiba.
Entre êles, cumpre salientar os elos com D. João Evangelista Enout, do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, e outros religiosos empenhados na renovação das concepções sacro-musicais segundo impulsos do Concílio Vaticano II. Esses esforços renovadores no âmbito da teologia e da prática sacro-musical procuravam fundamentar-se em concepções teóricas desenvolvidas nos estudos antropológico-culturais e sociológicos. Orientavam-se sobretudo pelo conceito de aculturação. Mesmo que esse conceito passasse a ser adaptado a intuitos teológicos e pastorais, testemunhava um direcionamento das atenções a transformações culturais.
Os contatos com esse círculo de tendências renovadoras levaram a viagens ao Rio de Janeiro e a encontros em São Paulo. Fundamentaram relacionamentos que perduraram através de décadas e que levaram a empreendimentos conjuntos.
Também na área da pesquisa do Folclore passou-se a dar maior atenção a questões de mecanismos aculturativos, ou seja, a mudanças culturais. Ainda que o termo causasse preocupações quanto à sua definição, refletia uma concepção dinâmica do folclore. Essa dinâmica, conceito que ficou vinculado ao nome de Edson Carneiro, foi aceita por pesquisadores paulistanos, entre êles Edgard Franco e Rossini Tavares de Lima.
Apesar das relações estreitas existentes entre pesquisadores de ambos os centros, surgiram em círculos do Museu de Artes e Técnicas Populares de São Paulo anelos diferenciados de renovação de concepções e objetos de estudo. Passou-se a procurar aqui caminhos para definições mais amplas do "fato folclórico", questionando critérios como tradicionalidade, anonimidade, oralidade e ruralidade, mantendo-se porém a categoria da "aceitação coletiva", e dirigindo a atenção ao que se concebeu como "cultura espontânea".
Apesar de ter-se aqui uma orientação voltada à transformabilidade de expressões, mantinha-se a divisão de esferas culturais (erudita, folclórica, popular) e concepções disciplinares correspondentes. Esse problema passou a constituir preocupação central de estudiosos provenientes de outras áreas, em particular de universitários das faculdades de História e Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, acostumados que eram em dirigir a atenção a processos históricos e a processos de urbanização e transformação de cidades. A leitura e a análise de transformações culturais de espaços urbanos, de seus sentidos e funções, exigiam, para além de pesquisas históricas, procedimentos teórico-culturais adequados que estudos dirigidos segundo compartimentalizações da cultura não podiam oferecer. A defendida "dinâmica" ou transformabilidade do Folclore exigia a consideração mais aprofundada de decorrências no tempo e, portanto, históricas, e, por outro lado, de processos de ocupação do espaço e transformação urbana.
Passou-se, assim, a reconhecer a necessidade de aproximações interdisciplinares, conduzidas de forma refletida, e de uma superação de concepções segundo categorizações do objeto, o que poderia ser alcançado através de uma orientação segundo processos, em particular também de difusão cultural.
Cooperações na Músico-Etnologia e na pesquisa histórico-cultural
Após a institucionalização do movimento renovador, realizaram-se, em 1969, encontros no Rio de Janeiro com os pesquisadores que haviam participado das reflexões preparatórias. Nessa ocasião, estabeleceu-se também contatos com outras personalidades que coooperariam posteriormente com os trabalhos, entre êles Andrade Muricy e Nogueira França. Também os contatos realizados com os Franciscanos do Instituto de Meninos Cantores de Petrópolis, em particular com o Frei Leto Bienas OFM seriam de grande significado para futuras cooperações.
Nesses trabalhos procedeu-se a levantamentos de fontes históricas para o desenvolvimento dos estudos de processos culturais. Entre outros materiais, cumpre citar partituras conservadas na biblioteca da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que ofereceriam subsídios a cursos desenvolvidos no Centro de Pesquisas instituído pela organização.
Os estudos de natureza etnológica desenvolvidos no Museu Nacional e no Museu do Índio seriam de ainda maior significado. O contato com a pesquisadora Helza Cameu, então preparando a sua obra de introdução à música indígena, possibilitaria a consideração mais fundamentada da etnologia indígena no curso de Etnomusicologia que se instituiu, em 1972, na Faculdade de Música e Educação Artística do Instituto Musical de São Paulo.
Meios de comunicação e papel da mídia na construção de imagens
O intento de renovação dos estudos culturais a partir de um direcionamento da atenção a processos não poderia deixar de considerar o papel desempenhado pelos meios de comunicação nas mudanças culturais. Essa atenção correspondia também ao significado que se reconhecia ao estudo da teoria da comunicação, sobretudo após os cursos ministrados por Decio Pignatari em São Paulo na segunda metade da década de sessenta. Os esforços de superação de concepções marcadas por categorias do erudito, folclórico e popular vinham de encontro também à necessidade então sentida de abandonar-se conceituações depreciativas relativas a uma esfera cultural designada como „cultura de massas“ ou „popularesca“.
Tomava-se consciência, porém, que a ação dos meios de comunicação não poderia apenas ser considerada sob a perspectiva de uma função meramente difusiva. Os meios de comunição adquiriam significado particularmente relevante sobretudo como veículos de construção de imagens. Esta era a temática de um show (Blow up) de produção paulista que realizou uma longa temporada no Teatro Manchete, no Rio de Janeiro. Reunindo músicos de formação acadêmica e considerável número de artistas populares, esse empreendimento ofereceu possibilidades para aproximações e diálogos.
Estudos empíricos contextualizados e estudos históricos
Em 1972, realizou-se uma viagem de pesquisas por várias cidades do Estado do Rio de Janeiro. Foram visitadas instituições e representantes da vida cultural em Niterói, Macaé e Campos, entre outras cidades. Os trabalhos, contando com o apoio do Museu de Artes e Técnicas Populares/Folclore de São Paulo, foram tanto empíricos, voltados à observação de expressões culturais, como históricos, de pesquisa de arquivos de instituições culturais, igrejas e corporações musicais. Um dos objetivos era o de levantar novos dados a serem considerados em cursos no âmbito da disciplina Etnomusicologia a ser introduzida em cursos de Licenciatura da Faculdade de Música e Educação Artística do Instituto Musical de São Paulo. As informações obtidas forneceram subsídios para a reconstrução de rêdes de contatos como base para análises de caminhos de intercâmbio e difusão de práticas e repertórios, oferecendo também bases para estudos de tendências de conservação e inovação.
Estudos em rêdes internacionais. Projeto Rio de Janeiro/Europa „Imperatriz Leopoldina“
A partir de 1974, deu-se início ao levantamento de fontes e materiais relativos aos Estados do Brasil em bibliotecas e museus da Europa, entre êles também o Rio de Janeiro. Esses trabalhos realizaram-se no âmbito dos esforços de institucionalização da organização na Europa. Considerando o significado extraordinário para a história das relações euro-brasileiras do fato de ter sido a primeira imperatriz do Brasil a Arquiduquesa da Áustria, decidiu-se denominar o projeto segundo o seu nome.
Os trabalhos na Europa foram realizados em estreito contato com pesquisadores do Rio de Janeiro, por correspondência e em visitas recíprocas. Personalidade referencial nesses trabalhos foi sempre Luís Heitor Correa de Azevedo.
A partir de 1977, os projetos passaram a ser desenvolvidos a partir do departamento de Músico-Etnologia de instituto de pesquisas de organização pontifícia, instituição apoiada tambem pela Academia de Ciências de um dos estados alemães. A atenção dirigiu-se aqui sobretudo à história das relações eclesiásticas com a antiga capital do Brasil, às concepções teológicas que determinaram orientações e mudanças, suas inserções em contextos culturais europeus, na história do pensamento e suas implicações no contexto brasileiro.
Paralelamente, desenvolveram-se estudos relativos ao significado de expressões culturais pertencentes ao repertório festivo do calendário religioso e cultivadas em parte no Estado do Rio de Janeiro.
Relações no âmbito de rêdes eclesiásticas e movimentos de renovação
O estudo do movimento de restauração católica no século XIX e suas relações com o Brasil, em particular, no caso, com o Rio de Janeiro, revelando-se como de particular significado para estudos histórico-culturais, ofereceu motivos para a realização do Simpósio Internacional „Música Sacra e Cultura Brasileira“, levado a efeito pelo Govêrno do Estado de São Paulo e com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e de instâncias pontifícias.
O Rio de Janeiro esteve representado na fase preparatória desse evento, quando questões de recepção cultural foram tratadas. Nesses trabalhos, o centro de atenções foi dirigido ao Pe. José Maurício Nunes Garcia, considerado em trabalhos de Cleofe Person de Mattos e do Mons. Guilherme Schubert, iniciando também os esforços de valorização e a divulgação de obras do Pe. José Maurício na Europa.
Em 1979, os preparativos foram realizados no Rio de Janeiro, quando então se procedeu a estudos na Biblioteca Nacional e na Biblioteca da Escola de Música da UFRJ, entre outras instituições. Nessa ocasião, discutiram-se projetos que viriam a ser concretizados nos anos seguintes, na Europa e no Brasil. Em 1980, realizaram-se novos encontros no Rio de Janeiro e Petrópolis e que tiveram como escopo preparar o Simpósio Internacional a ser realizado no ano seguinte em São Paulo e a fundação da Sociedade Brasileira de Musicologia.
O Rio de Janeiro esteve representado no simpósio e na fundação da Sociedade Brasileira de Musicologia, ocorrida na mesma época. Em sequência a esses eventos, realizou-se um encontro em Petrópolis. O objetivo dessa reunião foi o de procurar caminhos para a institucionalização de cursos superiores dedicados a estudos culturais e a uma musicologia de orientação teórico-cultural segundo os princípios da organização em forma de uma universidade internacional, um projeto que encontrou em parte a sua concretização na Academia Brasil-Europa.
Pesquisadores do Rio de Janeiro nos trabalhos da A.B.E. e do I.S.M.P.S. na Europa
As atividades dos anos seguintes puderam apenas ser realizadas com a cooperação de pesquisadores do Rio de Janeiro que estiveram na Europa e que participaram dos trabalhos. Entre êles, cumpre salientar mais uma vez Cleofe Person de Mattos. Além de conferências e encontros, tornou-se possível que obras do Pe. Jose Maurício Nunes Garcia passassem a fazer parte do repertório de catedrais e coros de relevância, entre êles o de Augsburg, na Alemanha.
Sobretudo através do papel relevante desempenhado por Luís Heitor Correa de Azevedo na instituição européia, pesquisadores dele mais próximos passaram a cooperar de forma particularmente intensiva em publicações e eventos. Entre êles, salienta-se Dulce Martins Lamas (Escola de Música da UFRJ) e Mercedes Reis Pequeno (Biblioteca Nacional).
Pesquisadores do Rio de Janeiro no congresso internacional pelo Centenário de Villa-Lobos
O papel desempenhado por instituições e pesquisadores do Rio de Janeiro foi particularmente relevante na concepção e na realização do congresso de musicologia realizado pela passagem do centenário de H. Villa-Lobos, em 1987, e que se tornou o Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia.
Esse evento, efetuado juntamente com reunião de pesquisadores de um projeto dedicado à „música na vida do homem“ do Conselho Internacional de Música/UNESCO, realizado em São Paulo, teve como paraninfo o Prof. Dr. Guilherme Figueiredo, reitor da Universidade do Rio de Janeiro. Nele, o Instituto Villa-Lobos do Rio de Janeiro apresentou um panorama da situação dos estudos dedicados ao compositor.
Congresso internacional no Rio de Janeiro pelos 500 anos do Descobrimento da América
Em 1992, o início do processo histórico transformador das Américas marcado pela viagem de Colombo foi motivo para a realização de um congresso internacional dedicado a questões de fundamentos culturais e da própria pesquisa.
O evento, que representeou o II Congresso Brasileiro de Musicologia e foi realizado juntamente com o III Simpósio „Música Sacra e Cultura Brasiliera“, foi realizado na Escola de Música da UFRJ e no Mosteiro de São Bento, contando com o apoio de varios órgãos e de universidades do Brasil e de varios países da Europa.
Foi aberto com palavras de saudação do Papa João Paulo II e da Secretaria de Cultura da Presidência da República. Esse congresso apenas pôde ser realizado através do empenho de vários estudiosos do Rio de Janeiro, devendo-se salientar Dulce Martins Lamas, Sonia Vieira, Gertrud Mersiovsky, Cleofe Person de Mattos, Mercedes Reis Pequeno e D. João Evangelista Enout,
Pesquisadores do Rio de Janeiro no projeto internacional dedicado às culturas indígenas e suas transformações
No âmbito desse congresso de 1992 deu-se início a um projeto de levantamento do estado dos conhecimentos e de realização de observações relativas a culturas indígenas de acordo com o escopo da organização, ou seja através de estudos interdisciplinares dirigidos a processos transformatórios. Tendo contado, nas suas sessões, com a participação de pesquisadores do departamento de Etnologia do Museu Nacional, realizou-se, após o mesmo, encontro no Museu para a discussão de um projeto mais amplo de cooperações entre a Europa e o Brasil na área da Músico-Etnologia e que deveria retomar e intensificar a linha de trabalho inaugurada em 1972 com a instituição da disciplina em São Paulo.
Na realização dos trabalhos, possibilitou-se a ida de um grupo de pesquisadores do Museu ao Araguaia. Esse projeto pôde chegar a fins satisfatórios graças ao empenho da pesquisadora Suely Brígido, de Niterói. Essa pesquisadora, que já participara de eventos anteriores, desempenhou papel significativo no desenvolvimento dos trabalhos posteriores, realizando também apresentações de suas pesquisas em eventos realizados na Alemanha e em Portugal.
Estudos culturais fluminenses em cooperação euro-brasileira
Dando continuidade aos esforços de consideração de outras cidades do Rio de Janeiro nos trabalhos de cooperação euro-brasileira, procedeu-se, em 1990, a uma viagem de contatos e pesquisas. Nesse empreendimento foram incluidas, entre outras, Parati, Angra dos Reis, Petrópolis, Teresópolis, Niterói e Nova Friburgo. Em 1994, em nova viagem, foram retomados contatos e trabalhos nessas cidades, incluindo a visita de outras, entre elas Lídice, Resende, Vassouras e Conservatória.
Rio de Janeiro no Triênio pelos 500 anos do Descobrimento do Brasil
Para a realização dos eventos de estudos culturais motivados pela passagem dos 500 anos do Brasil, projetados já no congresso realizado no Rio de Janeiro, efetivaram-se reuniões e estabeleceram-se contatos com pesquisadores e instituições do Rio de Janeiro. No evento de abertura, realizado na Alemanha, e dedicado ao tema „Música e Visões“, pesquisadores do Rio de Janeiro estiveram presentes.
No Congresso de encerramento do Triênio, em 2002, realizaram-se sessões especiais em Parati e no Rio de Janeiro, aqui, entre outras, no Mosteiro de São Bento. O término da série deu-se no Rio de Janeiro, em sessão realizada no Museu de História Diplomática do Itamaraty.
Em 2004, no âmbito do Colóquio de Estudos Interculturais, no qual tomaram parte estudantes e professores das universidades de Bonn e Colonia, assim como representantes de instituições portuguesas, realizaram-se sessões em Guaratiba (Museu Casa Burle Marx), Rio de Janeiro (Fundação Rui Barbosa, Academia Brasileira de Música), e Petrópolis (Museu Imperial).
Cidades
consideradas
Angra dos Reis
Armacao de Buzios
Arraial do Cabo
Barra Mansa
Barra do Pirai
Bom Jardim
Cabo Frio
Itatiaia
Macae
Mangaratiba
Niteroi
Nova Friburgo
Nova Iguacu
Parati
Petropolis
Porto Real
Resende
Rio de Janeiro
Sao Joao da Barra
Sao Joao de Meriti
Sao Pedro da Aldeia
Teresopolis
Valenca
Vassouras
Volta Redonda
Cronologia
dos trabalhos
1967. Curitiba. Colaborações com personalidades do Rio de Janeiro empenhados em questões de transformações culturais com intuitos renovadores da cultura religiosa e musical, sobretudo D. João Evangelista Enout OSB. Proximidade e diferenças do conceito de inculturação com relação à discussão sobre a aculturação nos estudos culturais.
1968. São Paulo. Fundação da socidade de renovação dos estudos culturais ND. Estudos de processos e difusão.
1969. Rio de Janeiro. Encontros para a discussão do movimento renovador. Contatos com personalidades da vida cultural: Cleofe Person de Mattos, Candido Muricy, Nogueira França e outros. Trabalhos de fontes na Biblioteca Nacional e na Escola de Música da UFRJ.
1970. Rio de Janeiro. Discussões da ação dos meios de comunicação em processos culturais e da criação de imagens. Levantamento de fontes sobre a história da música popular.
1971/72. Niterói, Macaé, Campos. Pesquisas e contatos em cidades do Estado. Início de construção de rêdes para estudos de contatos, intercâmbios e transformações. Fundamentos para o estudo músico-sociológico de corporações.
1972. São Paulo. Consideração dos resultados das pesquisas e da bibliografia existente em cursos da disciplina Etnomusicologia e História da Música na Faculdade de Música e Educação Artística do Instituto Musical de São Paulo, dirigido segundo os princípios da organização ND. Cooperação em temas referentes ao Rio de Janeiro de Helza Cameu (Etnologia), Baptista Siqueira (Estética) e Cleofe Person de Mattos (História).
1974. Hamburgo, Londres e Berlim. Início do levantamento de fontes e materiais referentes aos Estados do Brasil.
1975. Viena. Descobrimento da partitura de obra de Sigismund von Neukomm, escrita no Rio de Janeiro e oferecida ao imperador da Áustria por recomendação da Arquiduquesa Leopoldina. Estudos sobre o compositor e contextos relacionados com a primeira Imperatriz do Brasil passaram a marcar o trabalho.
1977. Maria Laach e Roma. Início dos estudos de assuntos eclesiásticos e histórico-religiosos relacionados com o Rio de Janeiro no sentido de compreensão de processos de transformação cultural.
1978. Regensburg e outras cidades. Início da pesquisa de fontes e de concepções do movimento de restauração litúrgico-musical do século XIX, de suas inserções histórico-culturais e de suas consequências para o Brasil.
1979. Rio de Janeiro e Petrópolis. Pesquisas em bibliotecas, contatos e encontros de preparação de projeto com estudos de recepções culturais recíprocas e de eventos internacionais.
1979. Bonn e Colonia. Pesquisadores do Rio de Janeiro em sessões euro-brasileiras paralelas ao Simpósio Músico-etnológico do Centro de Ciências da então capital da Alemanha
1981. São Paulo. Representantes do Rio de Janeiro no Simpósio Internacional "Música Sacra e Cultura Brasileira" e na fundação da Sociedade Brasileira de Musicologia. L. H. Correa de Azevedo, C. Person de Matos e Mons. G. Schubert, entre outros.
1981. Petrópolis. Encontro internacional para a discussão de projeto de criação de universidade livre internacional de orientação cultural de acordo com os princípios do movimento criado em 1968, hoje realizado na forma da Academia Brasil-Europa.
1984-85. Paris, Bruxelas e Colonia. Encontros com L. H.Correa de Azevedo no âmbito de Simpósio sobre Influências Recíprocas entre a Europa e a América Latina da Comunidade Européia para a discussão de rumos do trabalho e fundação do Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Língua Portuguesa (ISMPS).
1987. São Paulo. Instituições e pesquisadores do Rio de Janeiro no Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia pelo Centenário de Villa-Lobos, realizado em São Paulo, em 1987. A Universidade do Rio esteve representada pelo Prof. Dr. Guilherme Figueiredo e a Escola de Música da UFRJ por vários professores. O Museu Villa-Lobos do Rio de Janeiro apresentou a situação dos estudos referentes ao compositor.
1992. Rio de Janeiro. Congresso internacional realizado pelos 500 anos do descobrimento da América, com sessões realizadas na Escola de Música da UFRJ e no Mosteiro de São Bento. Dedicado ao estudo dos fundamentos culturais, tanto relativamente aos fundamentos de expressões como às bases da própria pesquisa, com o apoio de órgãos oficiais, da Biblioteca Nacional e várias outras organizações. Encontro no Museu Nacional para o início do projeto internacional dedicado às culturas indígenas, sob especial consideração de processos transformatórios.
1998. São Paulo. Participação de pesquisadores do Rio de Janeiro no Colóquio Internacional de Antropologia Simbólica.
1999. Colonia, Bonn, Maria Laach. Participação de pesquisadores do Rio de Janeiro no Congresso Internacional "Brasil-Europa 500 anos: música e visões" para a abertura do triênio pelos 500 anos do Brasil.
2000. Colonia. Reflexões sobre o Pe. José Maurício Nunes Garcia e H. Villa-Lobos na entrada do século em Colóquio da A.B.E. Leitura e discussão do estudo "Um Requiem para Villa-Lobos", de Ricardo Tacucchian.
2002. Rio de Janeiro. História Diplomática e Estudos Culturais de fundamentação ética. Sessão na Sala do Indio do Palácio do Itamaraty para encerramento do triênio pelos 500 anos do Brasil.
2002. Rio de Janeiro. Sessão no Museu do Índio para o lançamento de volume da série dedicada às culturas musicais indígenas realizadas com a cooperação do Museu.
2002. Rio de Janeiro. Sessão no Mosteiro de São Bento em lembrança do trabalho conjunto de décadas com D. J. E. Enout OSB.
2004. Rio de Janeiro. Encontro da Academia Brasileira de Música e da A.B.E. na Fundação Rui Barbosa.
2004. Petrópolis. Colóquio Internacional de Estudos Interculturais. Sessão de encerramento no Museu Imperial.
2007. Niterói, Rio de Janeiro, Campos e outras cidades. Viagem de atualização de conhecimentos e para reflexões de temas culturais fluminenses sob a perspectiva de atuais tendências do debate teórico-cultural.
Materiais
Apenas os disponíveis nos sites da A.B.E.
(em elaboração)
•Áustria/Alemanha/Brasil - relações musicais em reflexões de outono europeu: Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959) no debate das últimas décadas à luz de desenvolvimentos do presente. Pelos 250 anos de nascimento do Pe. J.M. Nunes Garcia nos 30 anos do Primeiro Congresso Brasileiro de Musicologia no centenário de Villa-Lobos (1987)
•Paulo Affonso de Moura Ferreira: A Sociedade Brasileira de Música Contemporânea no Ano Villa Lobos. Excertos de comunicação no congresso pelo ano Villa-Lobos (1987) A música de Java e Bali em relações com estudos da própria ciência. Questões de história colonial: o museu da antiga Batavia segundo o austríaco Joseph von Lehnert (1841-1896) em viagem de circumnavegação em direção ao Rio de Janeiro
•Caminhos do ouro: Minas e Klondike. Aproximações a paralelos aparentemente impossíveis. Após 10 anos do colóquio de estudos interculturais do „Caminho do Ouro“ em Parati nos 450 anos do Rio de Janeiro
•Música e aviação no Brasil e no Alasca. A marcha two-step „Edu“ de J. Antão Fernandes. 100 anos do primeiro vôo São Paulo-Rio e da aviação no Alasca
•Museus ao ar livre de cultura indígena. O Saxman Village‘s Totem Park no Alasca
•O totem e as „cidades maravilhosas“. Questões paisagismo urbano consideradas no Indian Totem Poles do parque Stanley de Vancouver. Pelos 450 anos do Rio de Janeiro
•A revalorização da época do ouro no Brasil nas suas inserções em contextos histórico-culturais dos anos 30. Lembrando fotos de Minas e do Rio de Peter Fuss (1904-1978)
•Brasil em Toronto - memória musical. Marcos históricos da música nas relações Canadá/Brasil
I. Massey Hall: O Patriotic Concert do Women‘s Musical Club (1917)
II. Massey Hall: Concerto de E. P. Johnson (1878-1959) e G. Novaes (1888-1984) (1924)
•Seychelles, La Réunion & Brasil. „Pronto para as ilhas?“ O europeu nos trópicos e o creolo no mundo: cultura, tempo livre e escravidão em processos coloniais. Pelos 350 anos da chegada dos franceses nas Mascarenhas e 450 anos do Rio de Janeiro
•Brasil e Índico na pintura de paisagens: Adolphe Martial Potémont (1827-1883) e Charles Merme (1818-1869). La Baie de Guanabara e Paysage du Madagascar. ilhas Comores ou Amazonas? Estudos no Musée Léon-Dierx, Saint-Denis
•Natureza tropical, alegria e luz: Gérard Devoud - uma saudação em cores das Seychelles ao Rio de Janeiro. Colóquio na Val Mer Art Gallery, Baie Lazare, Mahé
•Morar em sintonia com os trópicos: Gérard Devoud - um hino à casa creola. Imutabilidade da arquitetura como arte do espaço de um tempo a-temporal. Colóquio na Val Mer Art Gallery, Baie Lazare, Mahé
•Madagáscar-Brasil. Relações e paralelos malgache-brasileiros: riquezas e a realidade da pobreza em duas terras descobertas pelos portugueses. Estudos internacionais pelos 450 anos do Rio de Janeiro
•A Guanabara no Madagáscar? A grande baía malgache com o Pão de Açúcar e sua cidade
•Nomes e relações do século dos Descobrimentos: „O romance de Diogo Soares“ e Martim Afonso de Souza (ca. 1500-1564/1571). Em continuidade a conferência no Museu Casa Martim Afonso em São Vicente/SP (2013).
•A França Antártica no Brasil e a França Oriental no Madagáscar - Fort Dauphin. Em continuidade a ciclo de estudos euro-brasileiros em Malta (2014)
•Águas do Atlântico, do Índico e Maria. Notre Dame de Flots em Ambatoloak e Nossa Senhora de Copacabana. Na festa de 2 de fevereiro na igreja de Na. Sra. de Lourdes dos Missionnaires Oblats de Marie Immaculée em Tamoasina
•O Carnaval do Rio e o carnaval Donia no Madagáscar - o grande festival cultural e musical do Índico. Pesquisa da Música Popular em Processos Transculturais e World Music 2015
•Ida Pfeiffer (1797-1858) no Brasil e no Madagáscar sob o signo dos problemas da Imigração/Colonização e do Colonialismo. Costumes, dança e música como indicadores de processos transculturais. Imigração, Estudos Coloniais e Colonialismo 2015
•Madagáscar no Rio: o relato de viagem de Ida Pfeiffer (1797-1858) elaborado por Oscar Pfeiffer (1858). História da música na esfera luso e brasileira em relações globais 2014 e 2015 pelos 30 anos de fundação do I.S.M.P.S. e.V.
•O piano no Brasil e no Madagáscar. Um Débain para Ravalona I (1778-1861) no processo colonialista francês no Índico. História da música na esfera luso e brasileira em relações globais 2014 e 2015 pelos 30 anos de fundação do I.S.M.P.S. e.V.
•A mulher em processos sociais e transculturais no Brasil e no Madagáscar: as ramatous malgaches e o colonialismo francês. Imigração, Estudos Coloniais e Colonialismo 2015
•Alemanha, Brasil e Madagáscar nos anos 30. Orquídeas, cidades e ferrovias: relatos de viagens alemães em estudos culturais do Colonialismo de entre-Guerras. Imigração, Estudos Coloniais e Colonialismo 2015
•A sega no Índico e a Latinidade. Processos transculturais e fundamentos imago-antropológicos
em releituras de expressões de música e dança. Pesquisa da Música Popular em Processos Transculturais e World Music 2015
•Leonardo F. Kaltner (UFF). Carl F. P. von Martius na Amazônia: análise de relatos
•M. Chantal (UFMG) e J. Dinelli (UFMG). Os pianistas Judith Ribas e Cardoso de Menezes: Portugal e Brasil a 4 mãos
•M. Chantal (UFMG) e J. Dinelli (UFMG). Partitura: Os Canários - Polca característica Op. 55 de A. F. Cardoso de Menezes
•O saneamento do Rio, drenagens em Antuérpia e o saneamento de Bruxelas
•Bruxelas-Rio de Janeiro, os Estudos Brasileiros na Sorbonne e a diplomacia cultural de Oliveira Lima
•Petrópolis (RJ). Franciscanos alemães na cidade de Pedro II sob a República. O chic da missa das onze. Mons. Giovanni Battista Guidi (1852-1902) e Pe. Michaele Horn OSB (1859-1936).
À memória de Frei José Luís Prim O.F.M. (1935-2013)
•Leonardo Ferreira Kaltner, UFF. Considerações sobre a transmissão da Cultura Clássica: a Naturalis Historia
•Maria Augusta Alves Barbosa (1913-2013) e o estudo de processos culturais em relações internacionais:
•Pe. Dr. Armindo Borges: 80 anos (2013). Dos Açores a Roma, Alemanha e Portugal, no Canadá e no Brasil:
•O Brasil nos diários de viagens pelo mundo de Emanuel Karl Heinrich Schmysingk von Korff (1826-1903), natural da Prússia do Leste, genro do compositor Giacomo Meyerbeer (Jakob Liebmann Meyer Beer,1791-1864)
•O Rio de Janeiro em A vida de sociedade no Brasil de Wolfgang Adolf Gerle (1781-1846)
•O Rei Negro no Rio de Janeiro de Wolfgang Adolf Gerle (1781-1846)
•Música em Maurício e músicos mauricianos em Paris. Recepções no Brasil
•Leonardo F. Kaltner. A educação humanística de José de Anchieta
•Sítio Burle Marx. Lírica e criação. Projeto Cultura, Natureza e Música
•Guaratiba. Politonalidades na percepção do meio e sistemática da criação
•Rio de Janeiro. Academia Brasileira de Música - Academia Brasil-Europa
•Memória e imagens de cidades-residência. Paralelos entre Petrópolis e Potsdam.
•Viagens, desenvolvimento naval e emigração no período guilhermino. Albert Ballin (1857-1918)
•Carlos de Mesquita (1864-1953) sob o signo da Ars gallica e dos Concerts Populaires de Pasdeloup
•Difusão e Apologética em contextos euro-brasileiros. H.-F. R. de Lamennais - Dieu et Liberté
•Leonardo Ferreira Kaltner. A Chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. Contexto Político
•Cosmopolitismo parisiense ante-guerra e o nacionalismo de entre-guerras no Brasil. João Nunes
•Propaganda Política e Circo no estudo das relações culturais. Circo Alemão na América do Sul nos 30
•Rio de Janeiro. De-espiritualização da Natureza e teoria da cultura
•Panamericanismo e Europa - História cultural em contextos internacionais e história diplomática.
•Ciclo pelo ano Oscar Niemeyer:
I. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde. Moderno na arquitetura e estudos culturais. De-mitologizações
II. Rio de Janeiro: Paço Imperial: Arquitetura brasileira e patrimônio moderno
III.Niterói: Caminho Niemeyer. Atualidades do moderno histórico na imagem urbana e não-mordenidade
•Rio de Janeiro: Fundação Castro Maier. Chácara do Céu e Museu do Açude
•Rio de Janeiro: Convento de Santo Antonio. Sabedoria/Cultura e Mística antoniana
•Memória e preservação patrimonial do bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro
•J. Baptista Siqueira e os elementos indígenas no folclore brasileiro
•K. Edschmid. Música no romancear dos contrastes sul-americanos: brilho e miséria
•E. Roselius - Diário de viagem do Czar Ferdinando da Bulgária no Brasil (1927/28)
•E. von Hesse-Wartegg - Referências na obra "Entre os Andes e o Amazonas" (1913)
•P. Sinzig O.F.M. - Música nas "Lembranças de um franciscano renano no Brasil" (1922/25)
•Questões relativas à cultura musical Tupi-Guarani da Reserva de Itatinga ou Bracuí, Rio de Janeiro
•Villa-Lobos, Cândido Muricy e descobrimento de Bach no Brasil
•Brasilianische Bachianas: Überlegungen zu Heitor Villa-Lobos
Fotos A.A.Bispo
© Arquivo da A.B.E.
BRASIL-EUROPA
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Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (registrada em 1968)
Academia Brasil-Europa
de Ciência da Cultura e da Ciência
e institutos integrados ISMPS/IBEM
Dir. Prof. Dr. Antonio Alexandre Bispo
RIO DE JANEIRO